Há dias em que a gente não cabe dentro de si. São emoções, suspiros, silêncios, desejos, palavras... querendo sair. Risos soltos, lágrimas de emoção... e tudo vai ficando aprisionado por razões sem sentindo. No máximo, um suspiro profundo, que é para permitir que algo escape um pouco e não nos sufoque.

Tentamos recorrer a razão. Quem sabe ela num explique os porquês que não compreendemos. Se apelar ao sentir, tudo escapa, explode, vive... mas, também pode morrer num átimo, deixando a solidão, o vazio. Vazio que desejávamos ocupado, mas que nos fugiu em um momento de insensatez. Insensatez. Impulsividade. Confundimos muito com liberdade e autenticidade. Dizer o que pensa, o que sente, sem filtros e máscaras. E se o outro se ofende, não aceita, rejeita? Difícil lidar. Porque precisamos primeiro de nós mesmos, de nossa inteireza. Mas, sentimos falta do outro também.

Honro minha consciência, minha visão espiritual. E honro minha humanidade. Porque se aqui estou, o aprendizado neste corpo, nesta realidade é necessário. Então, permito que todas as emoções me habitem, me percorram, cumpram seu papel em minha caminhada. Pois sou intensa. Terral e intensa. Tudo que vem, vem de forma poderosa. Nada é simples, singelo, meigo. Sinto com a alma,  com o coração, com o corpo. É 'tudo junto misturado' e ao mesmo tempo. Quantas vezes o amor nem foi construído: ele chegou inteiro?

Desejo acertar o passo, ver com clareza. Contudo, hoje a visão é turva. Não enxergo com nitidez, embora sinta em uma dimensão que é grandiosa. E as diferentes percepções me paralisam.

A vida, chama. A dúvida, faz querer adormecer e deixar para depois. Dúvida? Não. Medo. De perder o que não se tem. Medo bobo. Medo de perder o que tenho e que é precioso. Medo nada bobo. Sábio até. Difícil é discernir o que é mais importante: perder o que não se tem, conservar o que é real e é muito bom. Suspiro profundo. Talvez um filme, um livro, aplaque a tempestade - interna - que é intensa. Porque escrever não o fez.   


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